terça-feira, 7 de julho de 2009

A nova onda dos fanzines


Os fanzines, esses pequenos boletins de fãs, surgiram nos Estados Unidos na primeira metade do século XX, tornando-se o veículo dos novos autores da literatura popular, com destaque para a ficção científica. A difusão massiva das histórias em quadrinhos fez surgir também os fanzines sobre o tema, que se espalharam por vários países, despertando o interesse do público e incentivando a produção local. Os franceses atribuem aos fanzines o importante papel de revistas de estudo sobre a figuração narrativa e a responsabilidade pela afirmação dessa popular forma de expressão como verdadeira arte.
Os primeiros fanzines brasileiros surgiram em meados dos anos 1960, tendo como pioneiro Ficção, lançado por Edson Rontani em 1965, em Piracicaba, SP. Foi nessa época que começaram a circular os boletins amadores com anúncios de troca e venda de revistas, críticas e comentários sobre as histórias em quadrinhos.
A história dessas publicações amadoras foi analisada na dissertação de Mestrado de Henrique Magalhães, apresentada em 1990 na Universidade de São Paulo. O período estudado perfazia desde o surgimento dos fanzines no Brasil até o final da década de 1980, quando se deu a crise em sua produção. Esse trabalho rendeu dois livros: Um resumo da dissertação em O que é fanzine, editado na Coleção Primeiros Passos, da editora Brasiliense, e O Rebuliço apaixonante dos fanzines, com o texto completo e ilustrado, publicado pela editora Marca de Fantasia em conjunto com a Editora Universitária da UFPB.
A nova onda dos fanzines retoma a história dessas publicações e sua consolidação como fenômeno no meio independente, analisando as transformações ocorridas em seu modo de produção a partir da década de 1990. O objetivo do trabalho não é o esgotamento do tema nem o levantamento exaustivo de todos os fanzines editados, mas o estudo de alguns aspectos significativos desse gênero de publicação e seu desenvolvimento como forma de produção.
Essa década representou uma verdadeira transformação no processo editorial dos fanzines no Brasil e significou a retomada de sua produção de forma mais sólida e inovadora. Foram tantas as experimentações e propostas editoriais que só isto bastaria para o desenvolvimento do corpo deste trabalho.

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