quinta-feira, 8 de julho de 2010

20 anos sem Cazuza

A definição de bardo nos diz que os tais eram encarregados de transmitir a história de seus povos em poemas citados, simultaneamente músico e poeta. Dentro deste conceito, Cazuza é facilmente incluído nesta lista. Sua obra é pequena, porém fundamental e ainda faz falta desde que ele deixou o planeta num 7 de julho, há 20 anos. Difícil encontrar na música brasileira um letrista com tanto fôlego depois da Tropicália.
A música sempre esteve presente na vida do cantor, filho único de Lúcia e João Araújo e chamado Agenor de Miranda Araújo Neto na certidão de nascimento. A mãe chegou a gravar uma música "Peito Vazio", de Cartola, para a trilha sonora de uma novela. Mais tarde, o pai fundou e dirige até hoje a gravadora Som Livre. Mesmo assim, o filho demoraria um pouco para ingressar de vez na carreira. Durante a adolescência e início da vida adulta tentou de tudo: fotografia, arquitetura, comunicação... Sua casa era ponto de encontro de Caetano, Gil, Novos Baianos e tantos outros monstros da MPB.
A única coisa que o prendia eram os livros. Na época, quando a ditadura militar dava seus derradeiros passos, autores "malditos" das três décadas anteriores começavam a chegar ao Brasil: Jack Kerouac, Allen Ginsberg (e os demais beats), Henry Miller. Eles o influenciaram profundamente, tanto no comportamento quando no caminho artístico que resolveu seguir.

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